Filme – A Chegada

Por Ana Lucia Gondim Bastos

                                                                                                 Para Gabi Biga, um dos meus propósitos

Conchas gigantes extra terrestres, pairam sobre diversos pontos da Terra. De tempos em tempos, abrem-se para o contato com humanos. Militares e agências de inteligência, do mundo todo, isolam as áreas de contato e se mobilizam para produzir entendimento acerca do que está acontecendo, enquanto o caos é instaurado pelo desconhecido transmitido, ao vivo e em cores, pela imprensa preocupada, como de habitud, com a audiência fidelizada pelas informações passadas sem espaço para a reflexão, acerca do que se trata. Uma linguista(Amy Adams), professora universitária, é convocada a participar da missão especial, de decifrar o que querem os alienígenas, juntando forças com um matemático (Jeremy Renner). Esse é o cenário do mais novo filme do canadense Denis Villeneuve, “A Chegada”(2016), diretor, também, do premiado “Incêndios” (2011) e que, agora, já se prepara para o lançamento de Blade Runner 2.

Como em outros filmes do diretor, muito pouco pode se falar da trama sem tirar o caráter surpreendente do roteiro, no qual, diga-se de passagem, reside importante parcela responsável pela qualidade do filme.

Mas, o que nos interessa aqui é que ao encarar o processo de descobrir formas de chegar ao propósito dos Ets na Terra, Dra Louise Banks, acaba “abrindo um portal” que a levará aos próprios propósitos e preços pagos da inevitável escolha por se despir dos equipamentos de segurança (metafórica e factualmente) para se comunicar/encontrar com o outro (seja esse qual for esse outro), assim como, para aceitar as experiências da vida como podem acontecer e não como gostaríamos que acontecem, nos tempos possíveis e das formas possíveis, naquela existência. E, o mais importante, tudo isso sem nos fragilizar em demasia diante das imposições do acaso e sem nos colocar medos extra terrestres. Ou seja, surpreendente, também, é a forma como Villeneuve consegue nos fazer sair do cinema, depois de um filme de ficção científica. Vale à pena a experiência!

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