Filme – Vingadores: Guerra Infinita

Por Ana Lucia Gondim Bastos

Fui assistir a Vingadores: Guerra Infinita (Joe e Anthony Russo, 2018), sem maiores expectativas. Sabia que o filme ganharia mais importância e valor para os espectadores que acompanham as sucessivas aventuras dos super heróis, dos quadrinhos da Marvel, que, agora, poderiam vê-los todos juntos, superando (e unindo) diferenças, por um bem maior. Entendo que tamanha importância de concentração de personalidades, e super poderes, num só filme, teria que se justificar, para além dos perigos de destruição da Terra, a ameaça precisaria a incluir outras galáxias!  Aliás, um ponto digno de nota é que o filme consegue se passar em diversos lugares da galáxia, envolvendo vários núcleos de atuação, sem perder o ritmo ou desinteressar o espectador em relação a qualquer um deles. Tudo acontece de forma bem amarrada em torno da busca por barrar o grande e poderoso vilão Thanos (Josh Brolin) no seu obstinado propósito de conquistar pedras espalhadas pelas diversas galáxias (pedras de controle do poder, do tempo, da alma, do espaço e por aí vai) que , finalmente, o permitiria dar cabo ao grande projeto de equilíbrio universal. Um vilão, portanto, que tem um objetivo menos banal do que a mera concentração de poder em suas mãos. Thanos tem uma teoria acerca do desequilíbrio universal, acredita que acontece pela super população dos planetas e, portanto, decide eliminar metade da população, segundo critérios totalmente arbitrários. Com o poder de todas as tais pedras, poderia mandar em tudo e realizar seu projeto de universo em equilíbrio, “tipo”  limpeza geral ou um “mal necessário”, que quem faria seria ele por ser mais forte ( Devo confessar que  até enxerguei crítica política, mas não sei se é otimismo demais). Bem, mas o fato é que o tema da impotência e da necessidade de unir forças, apesar das diferenças, esteve lá o tempo todo, e foi isso que me chamou atenção!

Passei até a ter herói favorito, pois a figura do Hulk (Marc Ruffalo) tem, na minha opinião, um papel central, que não pode passar desapercebido. Antes que Thanos anuncie seu projeto, prosperando na guerra contra Asgard, Loki, o irmão de Thor,  fala triunfal: “Vocês são fortes, mas nós temos Hulk!”. E Hulk chega verde e enorme, cheio de força e determinação, mas… acaba derrotado. De volta à Terra, busca outros super heróis para falar sobre a relevância do perigo que se aproxima da Terra, um perigo de destruição e morte. Mas, na hora que tal perigo chega, ele, simplesmente, não consegue virar o incrível gigante verde. E aí, é impossível não parar para refletir acercas dos porquês.  Será que seria mesmo o momento de deixar extravasar o ódio, que nos faz crescer, também, no sentido da destruição? Ou será que a as perdas nas “guerras” passadas o deixaram impotente e sem coragem, ou esperança, para lutar?

O fato é que dr Bruce tenta e não consegue virar o Incrível Hulk, quando mais precisa, e isso, não é humano demais?! Mesmo assim, não foge à luta e ganha uma blindagem numa armadura a la Homem de Ferro (aliás ele tem que proporcionar isso tanto pro Hulk, quanto pro Homem Aranha, para seguraram a “barra”) . Na verdade, me propus a escrever esse texto só porque achei isso muito bonito! Para mim, foi o que de maior lição o filme deixa: lição de solidariedade e aceitação da limitação dos companheiros de luta, por parte do Homem de Ferro e lição de humanidade do Hulk e, também, do Homem Aranha. Saí do filme pensando que, absolutamente, não é hora de nos permitirmos Hulk, é hora de abrirmos espaço para a reflexão crítica, ou seja, para o pensamento. Foi assim que Dr Bruce deu uma lição de humanidade, diretamente de outras galáxias! Estejamos atentos!

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